#caranguejeirense #4

juro-vos que já não ouço esta palavra à anos! até porque já deixei de fazer asneiras – quer dizer… já deixei de ser apanhada 😉 – e portanto já não como sardinhas pescadas no ar 😂

aqui vai ela: cachaporra.

não faço ideia nenhuma de onde é que esta palavra vem e vi-a muitas vezes bem de perto! acho que é das minhas palavras caranguejeirenses labregas favoritas.

sim, há vários tipos de caranguejeirense: há as palavras mais chiquesas; mais espitalheiras; simplórias; mais inventadas – que são mais usadas em insultos; há as mais religiosas – asneiredo modificado, normalmente são as avós que as proferem para depois não terem que se ir confessar, tipo: filha da putice! carvalho; porreta… há muitas.. falando nisso, acho que nos devíamos juntar todos e fazer o nosso dicionário oficial!

voltando à cachaporra – que para quem não sabe e na net tá errado, não é nada um pedaço cilindrico de madeira usado como arma – wtf?! – mas sim o acto de levar nas fuças; apanhar na trombeta; levar uma tareia; e ainda vou arriscar dizer que é da mesma família que levar uma malha.

não é o mesmo que andar à porrada. atenção, para haver porrada tem que haver duas pessoas – ou mais – a apanhar murros nos queixais, estilo toma-lá-dá-cá.

levar cachaporra é mais uma de toma-e-leva. é o acto de os pais punirem fisicamente a garotada, também chamado come-e-cala-te.

bom, espero que a gerações mais novas não fiquem cheias de cagunfa.. não deixem de fazer asneiredo até porque uma dose q.b. de cachaporra nunca fez mal a ninguém e ainda ajuda a forma carácter 😜 tou a gozar, portem-se bem!

over and outch

#caranguejeirense #3

ah pois é! não é preciso estar na caranga para me ir lembrando de alguns palavreados..

não sei se se usa só por lá se também por leiria ou se sou só eu.. mas acho que alguns de vocês se vão identificar. querem saber o que é?

então vá:

“queres vir mais eu?”

“eu vou mais ele”

“queres que vá mais tu?”

“vai à feira mais ela”

eu sei que não sou a única com este linguarado… e nem acho que esteja errado até porque, como numa soma, é adicionar uma pessoa a outra 😂😂

querem mais uma aberração gramatical?

olhem só esta aqui:

-”qué d’avó?!” -”olha vai lá’lém”

quem nunca, né? e pri’além? que também é, na caranga, uma maneira de dar direcções às pessoas – “olha oh menina vai pri’além e depois vira à direita”

ah que saudades de estar com malta da caranga toda junta, confinada no mesmo espaço e com linguajar que me aquece o coração – e a calhandrar claro..

#eutenhorazão

quem me conhece, sabe bem de mais..

pra começar sou casmurra, vou com a minha até – quase quase – ao final. depende das situações. algumas, muito poucas, lá assumo o engano. mas por norma fico 10 minutos a prender o burro, depois esqueço-me e passa – isto se não me picarem, senão consigo fazer durar um meio dia…

quem nunca? ahah, gajas né?

agora, e quando sou eu a ter razão? o maikel coitado, leva com cada trambicada.. às vezes contamos algo que vai ser interessante e depois o outro diz que não é bem assim… esses momentos para mim não podem ficar por ali, na indecisão. e por norma tenho que ser eu a ter razão.

se tiver net, pára tudo, fica logo esclarecido. se não tiver escrevo nas notas para ver se não me esqueço de ver depois. não há cá falsas informações.

ou isso ou a ver mapas. principalmente sobre qual o caminho mais perto para ir de A a B.

ultimamente, tem sido mais estes casos, mas com certeza que há mais. e digo-vos, se eu tiver razão, ahaha..

‘tomaaaaaa’ | ‘tás a ver, burrico’ | ‘chupaaaa’

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sou bruta, mas a verdade é que estas coisas saiem-me, sem esforço nenhum, às vezes ainda estou a pesquisar no google e já tenho um nervoso miudinho cá dentro. claro que depois de ver a cara do meu xucs, que de certezinha que pensa ‘acalma a passareca, raio da miúda’ que reflito sobre o que disse.. ultimamente até me tenho contido, mas acho que ele sabe que por dentro estou tipo:

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ahah, dentro da minha cabeça está permitido, certo?

over and out

#comerágua

quem já saiu de portugal já reparou que a água não é bem igual.. parece mais pesada, às vezes é tão espessa que parece que ficamos com a pança cheia..

a pior que já bebi foi na croácia, porra parecia que tinha acabado de comer uma sandes.

já deu para perceber que a água aqui na georgia não é grande espingardum né? acontece que se tiver bem fresquinha que até marcha.

trinta e alguns graus de calor, jesus credo, andar a chapa do sol, ca burros… vamos lá ao supermercado comprar coisas prá janta e águinha fresquinha!

“porra, já não há da mais barata!” tivemos que comprar uma marca que não conhecemos e ainda por cima mais cara – pensamento típico de ju a.k.a unhas-de-fome-que-poupa-todos-os-centavos.

a água nem era assim tão mais cara 😂 o problema é que está tudo escrito numa línguagem indecifrável. georgiano

como é que se conseguem ler estes esgatafunhos!?

assim não dá senhores..

primeiro: a água foi mais cara

segundo: comprei o caralh* de uma água com gás 🙈

odeio água com gás. pior som do mundo abrir uma garrafa, chinha de sede e ouvir um miserável, pfff.. e como é que conseguem beber aquilo? nem mata a sede. para já não dá pra beber meia garrafa de uma vez sem deitar fumo pelas trombas e depois deixa a boca seca como se tivessemos restos de petazetas..

é que nem fresca, nem com gelo nem com nada. ela é muita boa é lá na prateleira ao pé das amigas águas com sabor..

lá tivemos que parar num mercadeco a comprar uma água em condições de pessoas aguadeiras exigentes, a gasosa vai ter que servir para regar as plantas..

over and out

#guesswho’sback

with a brand new rap 😎

após um tempo – de preguiça – e alguns pedidos para voltar – que aldrabona oh ju! – …

ta-raaam!😍

bom, como alguns sabem, não estou em portugal por isso só posso contar as cusquices e afins quando me calhandrarem a mim 😂 #whatsapp #calhandreirasboazonas ❤

ando em viagem, por isso, vou aproveitar para relatar algumas coisas dela mesmo, tipo: mostrar o meu lado rabugento quando ando muito e chinha de fome, paródias que tenham acontecido ao longo do dia, calhostras que tenha mandado, a eternidade que leva a porra da embaixada do irão dar o visto – já tá quase vá – como os gajos com quem estamos a partilhar casa neste momento deixam sempre a luz da casa de banho acesa, essas cangalhadas da vida. tudo com palavreado apropriado: caranguejeirense, claro!

estão prontos?! let’s go

over and out.

#espitalheiro

muitos sabem o que é e muitos sabem quem o é. toda a gente já viu no mínimo dez e muitos não lhe sabem atribuir o nome.

espitalheiro(a) é nome e adjectivo muito qualificativo.

Captura de ecrã 2015-11-17, às 14.45.10

originalmente para definir pessoas provenientes de espite. nem sei bem porquê mas pronto, ficou. e muito honestamente, é um adjectivo demasiado bom para ficar por ali. hoje em dia, espitalheiro dá pra tudo e pra todos. aqui ficam alguns exemplos para os menos entendedores…

há espitalheiros de atitude, de visual, de região, de telemóvel, de unhas, de palavreado… enfim, de tudo. e há mil e uma maneira de o dizer.

‘porra, mas tu és de onde? de espite?’; ‘ca espitalheiraaaa’; ‘não tinhas nada mais espitalheiro pra vestir?’; ‘que unhas são essas? todas espitalheiras?’; ‘aquela senhora é um bocado espitalheira’; ‘até é gira, mas já a ouviste a falar? é tão espitalheira’; ‘mas este cd só tem músicas espitalheiras’; …

não há nada deste mundo que una mais um grupo de amigos que ver/ouvir/imaginar alguém espitalheiro a passar.. pelo menos, falo pelo meu #calhandreiros

Too-much-makeup-22

 

 

over and out

#thelinelovesme

Captura de ecrã 2016-03-31, às 11.39.07sempre que vou pra fila do supermercado ou a caixa avaria, ou encrava, ou trocam de turnos, ou o cliente não sabe o pin, ou desta vez, o ucraniano não tem dinheiro que chegue pra pagar e experimenta todos os dez cartões que tem e mesmo assim nada, desistindo sem sucesso da sua ida ao lidl, líder dos preços baixos.

nem sei porque ainda insisto..

over and out

#quentinhodacama

Captura de ecrã 2016-02-17, às 10.00.37

é aquele amor incondicional que nunca nos desilude. amem-no e ele vos amará de volta ❤

cada manta quentinha dá aquele abraço especial que te faz esquecer que tens que ir trabalhar. juntem-lhe os barulhos da chuva lá fora e podem crer que vos fará esquecer o mundo..

sabe sempre ser tão quentinho, tão docinho. tem fofinho e o meu xuxuzinho 🙂

nunca foi tão difícil de sair e conquistar o mundo.

over and out

#elephantride

12507066_10153280769204109_1185651063_nandar de elefante. que experiência formidável.

mal subi para cima dele – com muito cuidado para não o pisar muito e aleijar – vi logo o cenário. uma cadeirica de dois lugares, presa com umas cordicas e um cinto de segurança – também pra dois – amarrado nas pontas com uns nós e que se abria sempre que o elefante dava um ou dois passos ou que alguém se mexesse 😀 mas foi top! descemos até ao rio onde nos mandava umas belas baldadas de água com a tromba – bem.. a nós nem tanto, era da minha raça e devia de estar com preguiça, mas o elefante que levava dois dos nossos amigos mandava-lhes cada chuveirada 😆

também andei sentada no pescoço. adorei! senti com ele todos aqueles gigantescos e arrastados passos. apoiei-me na cabeça e senti os seus pequenos-grandes pelicos. coloquei as pernas por detrás das orelhas dele e deixei-me vivenciar. ele estava tão quentinho.. só me apetecia dar-lhe um abraço enorme de obrigada por me estar a carregar, pois tenho a certeza que aquele era o último lugar onde ele queria estar.

mas há dois elefantezinhos que estavam exactamente no lugar certo. sentados lado a lado quando entraram numa nova etapa das suas vidas. they are going to ride together, side by side. livres como devem de ser, sem correntes, sem cordas, sem nada que os prenda.

they are free, and let them be.

over and out.

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#thaiculture

12511639_10153280235989109_76047295_nsan phra phum, tailandês para casa dos espíritos. por tradição, toda e qualquer casa tailandesa – e não só, é uma crença de vários países asiáticos – está protegida contra os espíritos dos antepassados e contra os seus patronos. eles acreditam que estes espíritos podem prejudicá-los. tal posto, constroem estas casas – postas em locais específicos e aprovadas por brahman priests – a fim de os apaziguar. estes san phra phum costumam ser colocados do lado norte da casa, de forma a que esta nunca lhes faça sombra – acreditam que ajuda a evitar a má sorte.

a casa tem a finalidade de dar abrigo aos espíritos. muitas delas possuem representações espirituais, como miniaturas de animais ou pessoas, promovendo assim o culto budista – religião majoritária. faz ainda parte do ritual, as ofertas votivas e as oferendas. regra geral são feitas da parte da manhã e são deixadas num pequeno altar que se encontra agregado à estrutura. há vários tipos de ofertas: sumos; comida; incensos.. eles acreditam que se os espíritos ficarem devidamente satisfeitos que não só previnem os assombramentos às suas casas – ou negócios – como eles lhes vão trazer saúde e boa fortuna.

umas são pintadas a dourado, outras só em detalhes. são todas muito ornamentadas, sempre lindas, sempre limpas e sempre arrumadinhas. fora das cidades o cenário é o mesmo. e vivem super felizes. com san phra phum com melhores condições que as suas casicas e barraquitas – sim, há muitas famílias a viver em não-importa-quê. umas feitas de calhas outras bocados de madeira e outras de tudo um pouco. e não precisam de mais. não precisam de sofás nem de televisões. almoçam e jantam na rua, por vezes comem em cima das suas tasco-motoretas. uma scooter dá para uma família de cinco. e ainda há espaço para o cãozico. não precisam de muita coisa. nem para viver nem para serem felizes. e todos eles têm sempre um sorriso para nos mostrar e uma mão para nos dar.

sanuk, sabai, saduak. é o segredo. provérbio tailandês e defendido por muitos como seu lema. em português: sê feliz, fica tranquilo e contenta com aquilo que a vida te oferece.

parar para pensar. ponderar. reflectir. é o que venho a fazer desde que vim embora. e é o que eu estava a precisar. obrigada pela lição. quero voltar um dia. quero voltar para conhecer mais. quero voltar para me misturar.

khob khun ka. obrigada.